terça-feira, 20 de novembro de 2012

Caminho do Itupava - PR

     Realizei, após estudar alguns relatos, o Caminho do Itupava, que começa em Quatro Barras/PR (próximo de Curitiba/PR) e desce até Morretes/PR, passando por dentro do Parque Estadual do Marumbi. Abaixo vou postar a descrição completa da caminhada, mas se quiser ver um resumão, assista este vídeo:


     Inicialmente a expectativa era subir as montanhas do complexo Marumbi, mas por fatores diversos como o camping fechado na Estação Marumbi viemos postergando... Por fim decidimos realizar um reconhecimento ao Caminho do Itupava. Após planejamento, na véspera os outros integrantes da missão foram obrigados a cancelar suas participações... restando apenas eu. E como missão dada é missão cumprida (mesmo que fui eu quem dei, hehe), bora lá caminhar!

      A família Siebje, após comerem na pizzaria da família Krüger, me deram uma carona até o terminal rodoviário de Joinville/SC, onde peguei o ônibus (00:10h) da empresa Catarinense até Curitiba/PR, e a passagem total custou R$ 21,72.

     Cheguei em Curitiba 2:30h da madrugada, com a missão de encontrar o Terminal da Guadalupe, onde circulam as linhas metropolitanas. Apesar de não conhecer a cidade, bastou algumas quadras para localizar o terminal, mas com o receio da marginalização que estava presente em peso no local, fui rodeando as ruas próximas e conhecendo melhor a cidade. Por fim 4h da manhã encosta o meu ônibus, a linha CTBA - Q. BARRAS VIA BR 116. Não sei por qual motivo, mas a população local ficava me olhando, de cara perceberam que eu não era da cidade... Até Quatro Barras, um distrito próximo de Curitiba se passou quase 1h, e interessante que todos os passageiros dormiram, apenas eu estava acordado e prestando atenção no caminho para gravá-lo. No meio do caminho começou a chover, sendo visível pela janela do ônibus o tempo lá fora. Mas ainda estava quentinho pois estava dentro do ônibus, mas quando descemos no terminal de Quatro Barras estava muito frio! Todos com bons casacos e apenas eu de blusa simples... agora entendi o motivo dos olhares (hehe).

     Se podemos chamar de terminal eu não sei, só sei que era algo pequeno, sujo e velho. Era 5h da manhã e haviam 3 civis sentados (adolescentes). O cobrador chegou no terminal, abriu sua sala, ligou o equipamento de leitura de passagens, liberou a catraca e sentou. A chuva e o vento frio não paravam e aquela calmaria parecia cena de filme. 5:30h encostou um ônibus. Todos, nós quatro, embarcamos para Borda do Campo, e eu deveria descer no último ponto. Uma viagem rápida, e quase 6h da manhã, com a claridade do dia começando a aparecer, desci no ponto final e caminhei mais alguns minutos até encontrar o Posto do IAP. Me cadastrei e respondi oralmente um questionário do funcionário, que me perguntava quantas lanternas levava, número de pilhas e coisas do gênero. Por fim 6h em ponto iniciei minha caminhada.




     Poucos minutos depois de iniciada a trilha haverá uma pedreira (seguir pela direito), e depois dela algumas escadarias e pequenas pontes que facilitam a passagem.





     Após uma subida leve e constante se chega no Boa Vista, uma espécie de mirante, mas que estava completamente fechado para mim por conta da neblina forte. Este é o ponto mais alto do caminho, e depois inicia uma descida constante com alçamento de pedras, belezas naturais e pontes.










     Passados pouco mais de 7km cheguei na Casa do Ipiranga, que fica na beira da estrada de ferro. Subindo a estrada pela direita mais 200m haverá a antiga usina hidrelétrica dos engenheiros.






     Neste ponto a trilha segue por dentro da mata, mas eu decidi seguir pelos trilhos. Pesquisando outros relatos verifiquei que pela trilha iria direto para o Santuário da N. S. do Cadeado, enquanto que pelos trilhos haveriam outros pontos interessantes, como pontes, túneis, a represa do Marumbi, Estação Véu de Noiva e a Garganta do Diabo. O interessante de seguir pelos trilhos é a frequência de movimentação dos trens, que podem chegar a um ritmo de um a cada 40min, sem contar em dezenas de construções antigas abandonadas pelos trilhos.









     Por fim cheguei na represa Marumbi e na Estação Véu da Noiva (abandonada).











     O próximo passo era iniciar a passagem pelos túneis, visualizar a Garganta do Diabo, a cachoeira Véu de Noiva e a paisagem... Um pouco antes de chegar na Garganta do Diabo encontrei 5 funcionário da ALL fazendo a substituição das bases de madeira do trilho... serviço nada leve! Como estava próximo do meio dia, tirei da mochila meu almoço (metade de um sanduíche) e, para não perder tempo, comi andando. Com os sucessíveis túneis que encontrei nesse trecho tive a maravilhosa experiência de estar no meio de um dos túneis mais comprido e o trem resolver passar... por sorte havia uma passagem auxiliar na qual me abriguei (local bom para acampar, mas com muitas goteiras).













No Santuário da N. S. do Cadeado a trilha se encontra com os trilhos, e lá haviam muitos civis descansando... Mais alguns quilômetros e passei pela Ponte sobre o Rio São João, a mais alta de todas, e com muito vento... Mais túneis e pequenas pontes até chegar no "cartão postal" desta estrada de ferro, uma ponte em curva, de onde se vê um desfiladeiro enorme e todo o vale a frente! Perfeito. Mais uns 20min de caminhada e cheguei na Estação Marumbi, onde dei baixa no meu cadastro.















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2 comentários:

  1. Muito bom o relato hein!! O vídeo tbm ficou ótimo.
    Que lugar show, deve ter sido uma baita caminhada.. olhando esses trilhos e pontes, me lembrei de um filme que assisti muitas vezes na sessão da tarde, CONTA COMIGO, onde um grupo de 4 rapazes sai a procura do corpo de alguém que eles souberam que foi assassinado.. o filme é um clássico! E as imagens lembraram....
    Parabéns pela aventura!!
    flww

    Carlos H Teuber

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  2. Lembrei que já fiz esse caminho alguns anos atrás, mas de trem mesmo.. saía de Curitiba e vai até Morretes!

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